11.10.07

"Senhor, eu me confesso do orgulho em que me afundo,
dia a dia,
da tua breve ausência do meu ser e de cada momento de poesia;
Senhor, eu me confesso do outro que eu escondo dentro de mim,
deste oculto desejo que me encerra em torre de marfim;
Senhor, eu me confesso da voz que me murmura e me vergasta,
da ânsia de subir sempre mais alto,
daquilo que não me basta;
Senhor eu me confesso das minhas mãos desertas de humildade,
das tuas orações repudiadas,
da negação da tua eternidade.
Porém Senhor, peço o teu perdão.
Vergada a fronte à luz do teu olhar
por todos os pecados cometidos
que não serei capaz de de Confessar"

(Mari Tereza G. Lizardo Neves)


eremita

6 comentários:

avelaneiraflorida disse...

Amigo eremita,

Uma fascinante imagem e um texto muito sentido!!!!

Gostei muito!!!
UMA BOA NOITE!

monge disse...

Olá amigo eremita

Belíssimo post companheiro!
O que se assemelha a uma confissão e a um profundo grito de humildade!!
Sabemos ler todas as palavras, mas perceberemos nós o significado de um texto todo? Ou o que ele nos quer tentar dizer? Pela simplicidade talvez lá fôssemos. Mas não, temos que complicar, sempre. Gostei muito.

abraço confesso

monge

monge disse...

Amigos,

obrigado pela sensibilidade!
De facto o poema é belo! Confessar o inefàvel: acto supremo de humildade!

Abraço
eremita

Anónimo disse...

olá camaradas!!!
Não sei o que vos diga, mas... já não me conformo com confissões ou acto de humilde introspecção. Falta retirar o elemento postivo dos nossoa erros... que é de nos servir de ensinamento!
Contudo, vejo-me a tropeçar teimosamnte nas mesmas pedras deslocadas da calçada!!!
Fico frustrado e pensativo... porquê?

monge disse...

olà,

hà quem diga que caimos sempre nos mesmos buracos, ou tropeçamos sempre nas mesmas pedras. Provàvemente!...
Talvez por isso é que a filosofia budista nos aconselha a não retirar as pedras (do caminho) que nos "ensinam" a cair...
A confissão, sem conotação religiosa, mais não é que a tomada de consciência honesta dessa realidade e a sua aceitação serena. E se nunca se é tão bem servido que pelas nossas pròprias mãos, caiamos pelos nossos pròprios pés!
Quase me apetece dizer que cada um cai como pode...e "quase" sempre porque quer!...(serà?)

a-braços
eremita

Isamar disse...

Confessar os pecados � um acto de humildade.Subjacente est� a vontade de regenera�o que o homem, porque � pecador, tem dificuldade em cumprir.
Valha-nos a humildade.

Um beijo