22.7.08

Perder tempo ...

Pese embora a minha inflexibilidade quanto à alteração de níveis nas reuniões de avaliação, lá vou encolhendo os ombros quando se opta pela progressão de um aluno, mesmo com alguns níveis negativos.
Na última reunião com os encarregados de educação, aquando da entrega dos resultados finais, enquanto secretário, acompanhei o director de turma nessa tarefa. Com a frontalidade que o cargo exige, o director de turma lá foi insistindo no papel fundamental dos pais enquanto importantes agentes educativos.
Talvez por algum sentimento de culpa, o encarregado de educação do aluno que passou com imensas dificuldades (e somente devido à sua irresposnsabilidade e infantilidade) ficou para último e lá se ia desculpando como podia perante todas as investidas do director de turma. Até que o senhor lhe disse:
"- Pois é, senhor professor, vou ter que perder mais tempo com o meu filho."
Para dizer a verdade, na altura nem deitei muito sentido àquelas palavras do acabrunhado senhor, só quando saimos, vejo com espanto o meu colega explodir com uma sonora e sentida asneirada:
"- ....-.. ! Como é que se pode perder tempo com um filho!
A partir dessa data, se bem que não sinta qualquer remorso, lembro-me sempre dessas palavras e não me atrevo a arranjar qualquer pretexto para não ouvir as palavras do Manel:
"- Papá, bamox bincar pópóx?"
E, num instante, atapetamos a sala com a briquedagem. E, agradavelmente, encontro muito do tempo que não perdi com o Pedro.

17.7.08

MOULESKINE


"Ao encontro da nossa identidade"
DOURO

Tema escolhido pelo Departamento de Humanidades para encerrar o ano lectivo, proporcionando um magnífico passeio pelo Douro Vinhateiro.


Aldeia de Carlão - Sitema de rega medieval.
Nesta freguesia podem ainda visitar-se as pinturas rupestres da Pala Pinta (Neolitico e Idade do Bronze) e as Caldas de Carlão no rio Tinhela (águas sulfúreas sódicas com excelentes propriedades para doenças da pele e reumatismo)


Mais uma vez a linha do Tua, desta vez vista sobre a ponte de Brunheda.
Para quem ainda não subscreveu a petição, aqui fica de novo a indicação: http://www.linhadotua.net/ .


Castelo de Ansiães - cujo início se fixa, por volta do IIIº milénio A.C.
Pelo que me pareceu, desde todas as vezes que lá fui, este monumento não se encontra devidamente "tratado", o que pela sua importância histórica merecia outro aproveitamento.

O Douro visto no cais da Nª Srª da Ribeira. O almoço realizou-se no restaurante com o mesmo nome, cuja ementa constava de: -Porto de Honra (demasiado quente para se poder apreciar); Caldo à Arrais (não apareceu); Peixinhos do rio (primorosos); Carnes grelhadas à Barão de Forrester (grelhada variada de carnes, acompanhada por batatas também grelhadas na brasa e uma refrescante salada temperada com vinagre de vinho); Sobremesas da Dª Antónia Ferreirinha (salada de fruta, um execelente arroz doce e pudim caseiro); Vinhos do Cachão da Valeira (tanto o branco com o tinto não desiludiram).

Na outra margem, a Quinta do Vesúvio.

Estação de Caminho de Ferro do Tua, onde repousam sobre aquele sol abrasador (consta-se que no Tua é o local do país onde se registam as temperaturas mais elevadas) as carruagens que, noutros tempos foram topo de gama e agora estão votadas a um estado de degradação e vandalismo generalizado. É pena!

14.7.08

MOULESKINE


por uma linha


Desde há muito que era ideia pensada; finalmente concretizou-se o desejo de "fazer" a linha do Tua. Vai daí, o grupo dos UJO's (União de Jovens Observadores, agora alargada com a filiação de umas uja's e uns ujinhos) tanto conjecturou até que arranjou um magnífico dia para, em bando, planar por esse percurso, silenciosamente aberto ao olhar.


Com partida de Vila Real, fomos até à Régua, onde apanhamos o combóio e o Ujo-Mor que, já tivera tempo de ler o jornal desde Ermesinde. Da Régua ao Tua, ainda deu para matar saudades do Douro, tantas vezes sentido e percorrido durante seis anos, pelas férias que o colégio do Trancoso proporcionava à estudantada transmontana.

Ao chegar ao Tua, aguardava-nos a "composição" grafittada que nos levaria até Mirandela.

Encetada a viagem, toca de estar com o olho fino para não perder um palmo de linha.

Tudo isto, não sem antes, o maquinista impedir de "capturar" instantes com o pára-brisas sujo, pelo que, solicitamente se apressou a mandar umas esguichadelas e pôr as escovas a trabalhar.

Sem nunca perder o rio de vista, a linha lá ia seguindo o trilho na sua mansidão.

Da companhia, fazia parte um grupo folião de maratonistas e um gaiteiro que ainda entreteve a malta com duas modinhas.

E tudo ficará submerso, lá no fundo, esquecido, por quem nunca viu.

Após um bom repasto em Mirandela, lá regressamos nós, rio abaixo, com a linha a perder-se de saudosos olhares.



E outros ...

Não me permiti a demorados pormenores visto que, neste momento vou remeter para a leitura da petição on-line que se encontra no Movimento Cívico pela Linha do Tua (http://www.linhadotua.net/). Nessa petição poder-se-á ler além da interessante descrição da linha, outras informações extremamente úteis que não nos deixarão indeferentes perante tamanha injustiça, podendo daí concluir-se da importância da defesa da linha em todos os seus aspectos e não concordar, jamais, que se torne mais uma fonte de riqueza para engrossar os capitais da EDP. A petição também deveria ser por todos assinada (eu fui o nº 5110) para que se possa ainda vislumbrar alguma luz ao fundo do túnel. Pelo que me parceu ouvir ao revisor, as obras deverão começar em Setembro de 2009. Injustiça!

Regressados ao Tua, ainda deu pra refrescar a goela enquanto se esperava o combóio vindo do Pocinho. Dever cumprido, lá regressamos com a alma regalada!


Food - Sem grandes deslumbres, o restaurante D. Afonso III, perto da estação, permitiu-nos retemperar as forças com: Bacalhau grelhado, Bacalhau à Narcisa e Posta de carne grelhada. Para os copos escorreram uns tintos do Douro, um de Alijó e os Montes Ermos de Freixo de Espada à Cinta. A sobremesa esteve primorosa, com umas Delícias doces e um queijinho com doce de tomate.
People - Quanto à companhia de viagem, por ser sábado encontraram-se poucos locais, sendo maioritariamente pessoas em passeio que, tal como nós ficaram com a sensação de ter sido a última vez.
Sights - Sobre a paisagem mais não resta do que aconselhar vivamente a absorvê-la antes que as àguas tomem conta dela.


11.7.08

Jack Johnson - Upside Down

Uma música bem tranquila para um prenúncio de férias.

liberté

"La liberté c'est un oiseau ... si je l'écoute chanter"

Ao passar pelo blog melhor do mundo, veio-me à ideia esta frase de um grande amigo. Sem dúvida!

6.7.08

wok dias tão grandes!

Há dias assim, grandes!
Em terras da Vilariça, nesta altura do ano, os trabalhos agrícolas exigem ledos madrugares para evitar a torreira daquele medonho sol, daí que se pegue às 5 e se despegue à uma da tarde para se ganhar a jeira. Então, ontem, às 9, já com meia-jeira ganha a cortar "pampos" (as pontas das videiras) toca a matar o bicho com um lauto pequeno-almoço transmontano.
Como era dia de ir buscar o Pedro ao campismo, às 10 já estavamos em Vila Flor para, em conjunto com todos os pais desmontarmos o acampamento. Sabendo que, por todos, as coisas se fazem mais rápido, lá se arregaçaram mangas para tratar das tendas, acender lumes e fazer as assaduras (excepto um ou outro finório que com duas de léria lá ia animando a conversa).
Bem comidos e regados, lá metemos pés ao caminho, já com o Pedro na bagagem.
Já muito tardinha, chegamos e bute com a putalhada para banheira. Um jantarinho ligeiro porque a sardinhada ainda andavam por ali aos pulos e toca a ver rufar estes bacanos:

Espectáculo muito interessante: com muito ritmo, muita cor e muito alegre. Wok bom!