6.8.09

a modos d'IMPERATIVO


" Sê todo em cada coisa. Põe quanto és

No mínimo que fazes".

30.7.09



Por entre a multidão,
desamarro a vontade de partir.
Fico imóvel e calado
num silêncio escancarado.
Não tenho medo!
Paraliso amor e ódio
e encontro-me espalhado,
indistinto,
numa imagem desconhecida.
Aguardo com pressa a lembrança.
Numa janela interior,
encostado à distância,
aprisiono o tempo e a idade.
Escuto tantos sussurros!
Caminhares suaves,
recordados no regresso
e já visitados pelo esquecimento.

19.7.09



De cada vez que me lembro, todas as outras teimam em vir também.

Torna-se numa espera alegre, uma soma envelhecida e enganada pelo tempo.

Ocorrem-me longos caminhos, recantos esquecidos, de repente enreabertos e subitamente familiares.

Por definitivo, sigo com agitação o destino e se não o encontrar na borda do tempo, outras solidões continuarão a espreitar a claridade.

9.7.09

Um video que mudará sua vida

A título de crónica de um post anunciado, o mesmo companheiro também me enviou este vídeo

coragem!


Qualquer relação da imagem com aquilo que quero tentar dizer, só se justifica pelo facto de ser uma das máximas que me dão força e coragem: temos que enfrentar o touro pelos cornos! Sempre! Jamais viro as costas à vida e dessa maneira não lhe tenho medo nenhum. E a talho de bandarilha, aproveito para dizer que sou, desde sempre e de raíz, contra as touradas. Mas adiante!
Serve este momento para homenagear um grande e bom amigo. Novo quanto eu; com bons momentos comuns já vividos, viu-se (e vê-se) às costas com um grave problema oncológico que teima em lhe proporcionar horas desagradáveis de químio e de rádio quinzenalmente nos serviços do IPO. Consciente de todo o seu sofrimento, acabo (quase) sempre por concluir que poderia dizer ou fazer algo mais que o pudesse reconfortar. Qual quê!!! A sua determinação, a sua vontade de viver, a sua coragem de lutar é tal que, agradável e resignadamente reduzo-me a concluir que sou beneficiário seu enorme contágio.

Então, após um bom repasto entre amigos, em que ele se preparou para um novo embate de amanhã, trouxe-me a casa e disse-me que tinha recebido uma mensagem "que poderias pôr no teu blog".

É que nem é tarde nem é cedo:

"Tal como as árvores mudam de cor ao longo do ano, assim mudam também as cores da vida. Nem sempre são cores garridas, muitas vezes predominam os tons escuros. Mas o tronco aguenta, as raízes são fortes, o solo é quente e o céu está ao alcance da mão".

Coragem companheiro!

12.6.09

Porque os outros se mascaram ... mas eu não!

Aquando da comemoração da Semana da Língua Portuguesa, foram expostos cartazes com imagens e poemas de alguns dos nossos maiores poetas. Houve um que me tocou especialmente. Depois de o ter lido, partilhado e comentado com outros colegas, logo foi julgado mais que oportuno para retratar o que hoje se passa um pouco por todas as escolas. Refiro-me em particular ao injusto, nefasto e intolerável sistema de avaliação que se quer impor a toda a força à classe docente. Muitos houve que participaram em acções de protesto, assinaram abaixo-assinados, participaram em manifestações mas, num puro golpe de oportunismo, rapidamente se prontificaram a ser avaliados. Eu não! Recusei-me a entregar os objectivos e participei activamente em todos os protestos, deslocando-me quatro vezes a Lisboa para me expressar.

O poema foi fotocopiado e colocado sob o vidro de todas as mesas da sala dos professores.

Porque os outros se mascaram mas tu não

Porque os outros usam a virtude

Para comprar o que não tem perdão.

Porque os outros têm medo mas tu não.

Porque os outros são os túmulos caiados

Onde germina calada a podridão.

Porque os outros se calam mas tu não.

Porque os outros se compram e se vendem

E os seus gestos dão sempre dividendo.

Porque os outros são hábeis mas tu não.

Porque os outros vão à sombra dos abrigos

E tu vais de mãos dadas com os perigos.

Porque os outros calculam mas tu não.

Sophia de Mello Breyner Andresen

10.6.09

In Douro ... again

Foi na minha escola, que se procedeu ao encerramento de mais um projecto Comenius com a presença de delegações de outros países: Espanha, Chipre, Grécia, Bélgica, Dinamarca. As actividades terminaram no dia 07, em que, nós, encarregados de educação da turma que participou activamente no projecto, planificamos esta actividade.

Como era dia de eleições, havia que madrugar para, activa e civicamente, participar na escolha dos eurodeputados nacionais e como sempre, soube em quem não deveria votar.
Em autocarro saído da Quinta do Paço, onde estavam alojados os estrangeiros, lá fomos então.


Começamos por visitar o Museu do Douro, onde se pode ver o notável trabalho e a dedicação que o Barão de Forrester dedicou è região do Douro durante 30 anos. Além de ter sido a primeira pessoa a tentar cartografar a região demarcada, investiu fortemente em tecnologia e conhecimentos para o desenvolvimento da vinha. E mais ainda: pintava primorosamente.

De seguida, fomos ao Solar do vinho do Porto, onde, em visita guiada, se pode fazer uma acompanhamento de todo o processo do vinho: desde a cultura da vinha, ao tratamento do vinho e sua exportação. Podem ainda ver-se alguns interessantes pormenores etngráficos que retratam o modo de vida das gentes de Douro noutros tempos.

O almoço self-service foi no Hotel Régua Douro, onde se podia escolher: Bacalhau com batatas a murro; Cabrito assado no forno; Massa à bolonheza e ainda Lombo de porco assado. Cá para mim, marchou o bacalhau.
Uma figura que sempre me fascinou, talvez ao seu ar de mistério e embuçado.

Alguns azulejos que forram as paredes do hotel.



Prova de vinhos e passeio pedestre na Quinta do Panascal.

Lanche na esplanada do Pinhão, com o Douro sempre por perto.
Não fosse alguma chuva que se tornou um pouco importuna, diria que foi um dia muito bem passado.

5.6.09

...vivendo...



"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, canta, chora, dança, ri e vive intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos".

Charles Chaplin

31.5.09

escrito numa lista de compras


Aparentemente só!

Numa noite grande,

as noites tornam-se aparentemente sós.

Todos os percursos se difundem

sem momentos vazios.

Os sons circundantes

são vozes alheias

cheias de outros murmúrios,

também vazios de intenção.

Nem sempre percebo todas as palavras,

mas todas elas me fazem pensar.

monge

19.5.09

OqueStrada "Oxalá Te Veja"

Simplesmente fabuloso!!!

http://www.oquestrada.com/

24.4.09

Por isso …


Por andar,
vontade anunciada, parto.
Vou.


Por estar,
em suaves encontros, paro.
Estou.


Por ser,
sossegado e quieto.
Sou.


Por sonhar,
bom e devagar.
Sonho.


monge

13.2.09

Sapiens, sapiens ...



A consciência é um maçada.

É um aborrecimento como o ladrar de um cão.

Não a crendo, que mal nos pode causar?

Não a tendo, sentimo-la como força,

paraíso estendido à nossa frente

liberto das velhas contradições do mundo,

sem restrições.

Se recomeçarmos,

talvez se crie outro exemplo de humanidade,

e aí, seremos pioneiros na terra,

sem medos e com muita esperança.

A esperança não faz desaparecer a vontade.

Sensação


"O que é preciso é ter a capacidade de sentir"

17.1.09

MY SEET LORD

Concerto de homenagem a George Harrison, dois anos após a sua morte, onde podemos ver, além do seu filho (semelhantíssimo), Eric Clapton, Paul McCartney, Ringo Star, Phill Collins, Tom Petty, Billy Preston(vocals), Peter Frampton e outros.

Numa ceia de Natal última, a minha conviva da direita (e porque de alguma coisa tem que se falar) desabafou muito alegremente que andava numa "fase" espiritual e que isso, lhe vinha dando momentos inexplicavelmente genuinos e agradáveis. E desde ai, essa ideia teima em fazer parte dos meus passos diários. Então, comecei a acreditar que, também eu me posso espiritualizar, pondo todos os meus sentidos à procura.
Vou inventar divindades e devotar o princípio de todas as vontades, nem que seja ... a um deus desconhecido.