24.4.08

«Que Força É essa Amigo»

Aqui fica uma versão de Rui David.

Há dias assim ...
... com FORÇA




Vi-te a trabalhar o dia inteiro,
construir as cidades p’rós outros
carregar pedras, desperdiçar
muita força por pouco dinheiro

Vi-te a trabalhar o dia inteiro
Muita força p‘ra pouco dinheiro

Que força é essa? Que força é essa?
Que trazes nos braços?
Que só te serve para obedecer,
Que só te manda obedecer!
Que força é essa amigo?
Que força é essa amigo?
Que te põe de bem com outros e de mal contigo.
Que força é essa amigo!
Que força é essa amigo!
Que força é essa amigo!

Não me digas que não me compreendes
Quando os dias se tornam azedos
Não me digas que nunca sentistes
Uma força a crescer-te nos dedos.

E uma raiva a nascer-te nos dentes,
Não me digas que não me compreendes!

Que força é essa, Que força é essa,
Que trazes nos braços?
Que só te serve para obedecer
Que só te manda obedecer
Que força é essa amigo?
Que força é essa amigo?
Que te põe de bem com outros e de mal contigo!
Que força é essa amigo?
Que força é essa amigo?
Que força é essa amigo?

Vi-te a trabalhar o dia inteiro
Construir as cidades p’rós outros
Carregar pedras, desperdiçar
muita força por pouco dinheiro


Sérgio Godinho

O "meo" serviço da net pregou-me um a partida e após alguns dias de inactividade,só agora deu sinais de si. Por isso, e à pressa, ao mesmo tempo que vou fazendo o saco, não queria deixar de postar algo sobre Abril. Tinha pensado em falar sobre outros dias de Abril já passados , isto porque, desde há alguns anos elegi o 25 de Abril como o dia da minha liberdade, a liberdade de partir para um lugar onde nunca tenha estado.

"Ah, seja como fôr, seja para onde fôr, partir! Largar por aí fora, pelas ondas, pelo perigo, pelo mar"
Ode Marítima, Álvaro de Campos

Ao contrário do que tem sido habitual, onde se planeou atempadamente o sítio, o percurso, e os lugares, para amanhã ainda não está nada definido, embora se tenha umas ideias de dar um salto até à vizinha Espanha. Para o regresso, já está marcado um jantar com uns amigos bacanos e à noite, então, iremos rever saudosamente Sérgio Godinho na Semana Académica de Bragança. Nada melhor para um 25 de Abril! Sempre!

Do que virmos contaremos.

12.4.08

um olhar sobre o passado,

Palavra dita, foi palavra aceite. Em Trás-os-Montes, por trás dos montes, o cascalho se faz chão e o caminhar urge a esperança do voltar. O apelo das urzes, a cor do chão de terra leva-nos sempre para onde queremos ir. E assim lá fomos:

MIGUEL TORGA




O regresso

Regresso às fragas de onde me roubaram.
Ah, minha serra, minha dura infância!
Como os rijos carvalhos me acenaram
Mal eu surgi cansado na distância!

Cantava cada fonte à sua porta
O poeta voltou!
Atrás ia ficando a terra morta
Dos versos que o desterro esfarelou.

Depois o céu abriu-se num sorriso,
E eu deitei-me no colo dos penedos
A contar aventuras e segredos
Aos deuses do meu velho paraíso.

Escola primária de S. Martinho d'Anta, sítio das primeiras letras ...


O negrilho ...


A um negrilho


Na terra onde nasci há um só poeta.
Os meus versos são folhas dos seus ramos
Quando chego de longe e conversamos,
É ele que me revela o mundo visitado.
Desce a noite do céu, ergue-se a madrugada,
E a luz do sol aceso ou apagado
É nos seus olhos que se vê pousada.
Esse mestre és tu, mestre da inquietação
serena!
Tu, imortal avena
Que harmonizas o vento e adomeces o imenso
Redil de estrelas ao luar maninho.
Tu, gigante a sonhar, bosque suspenso
Onde os pássaros e o tempo fazem ninho!

A casa ...

O mesmo sítio de sempre, até ao fim ...



Castro de Sabrosa (Idade do Ferro) - Sabrosa, lugar do Castelo

Casa de Fernão de Magalhães (Circum-Navegação) - Sabrosa


Quinta da Faísca (prova de vinhos e almoço)

O almoço ...

Quinta da Avessada (Enoteca)


Favaios (património arquitectónico e indústria artesanal)


Anta da Fonte Coberta (Chã- Alijó)

Auto-retrato em fundo de rolhas de cortiça.

"O Douro é a única evidência incomensurável com que podemos assombrar o mundo"

Miguel Torga

Actividade promovida pelo Departamento de Ciências Sociais, 12 de Abril de 2008

7.4.08


Não basta reparar nas coincidências.
As coisas acontecem por alguma razão. Servem para nos acordar e para nos mostrar a força da realidade.
As pessoas lutam por isso: é a causa de todos os conflitos.
Precisamos abrirmo-nos e encontrar a nossa própria energia, a verdadeira e única fonte: o mundo real.
Como um vislumbre do futuro, torna-se algo difícil de atingir. Por isso, estamos aqui para fazer algo e sermos fiéis a esse propósito.
Devemos procurar sempre o significado mais profundo: o sacrifício da esperança.

4.4.08

Quantos destes impiedosos lápis se terão gasto durante 48 odiosos anos da nossa história?




Monstruoso símbolo de uma época cujo largo expectro de actuação riscou notícias, fados, peças de teatro e livros, apagou anúncios publicitários, caricaturas e pinturas de parede.


Pela pouca informação disponível (estranho!) lá se conseguiu arranjar uma breve definição de censura:"sentido de controlar e impedir a liberdade de expressão; intimidação governamental ou popular, onde as pessoas têm receio de expressar ou mostrar apoio a certas opiniões, com medo de represálias pessoais e profissionais e até ostracismo".


Diz-se por ai, à boca pequena, que parece termos voltado ao tempo de antigamente. (Aqui cabia bem uma asneira, não?) Como é possível?! Será que permitiremos o regresso desses actos pidescos? O receio de tamanha desgraça, tão condicionante da cultura de um povo? Não. Lutaremos até ao fim!