13.2.14





Língua Pátria

Há dias, ao ler um dos nossos diários, na secção de deporto, vinha uma notícia com o seguinte título " Portugal sem expressão nos desportos de inverno."
Sobre a participação de Portugal nos Jogos Olímpicos de inverno na Rússia, a notícia, obviamente, referia-se ao facto de o nosso país, como não tem condições para a prática de desportos de inverno (apesar de haver uma Federação de Desportos de Invernos - FDI Portugal !), viu-se na contingência de recorrer a portugueses nascidos fora de portas. Estes nossos ... como é que hei de dizer!? ... estes nossos luso-descendentes, apesar de pouco ou nada conhecerem de Portugal e da língua portuguesa, confessaram-se muito orgulhosos de levarem as cores nacionais até à Rússia.
Não quero pôr sequer em causa os sentimentos desses atletas (Camille Dias e Arthur Hanse), simplesmente achei estranho sermos representados por alguém que ainda não disse uma única palavra em portugês. Se a língua expressa a cultura de um povo e está diretamente ligada à estrutura da sociedade a que pertence, sendo uma das suas mais importantes expressões culturais, o que realmente vamos ver representado são as cores da nossa bandeira, nada mais.
 
"Minha patria é a lingua portuguesa." 

Bernardo Soares  in, Livro do Desassossego

Assim sendo, teremos de adulterar a nossa universalidade e, neste caso, aceitarmos que a nossa língua são as cores da bandeira nacional. Mas que importa! Como alguém dizia na notícia: "Interessa é estar lá." Apesar de não termos grande (nenhuma!) expressão.

monge

6.2.14

A UTOPIA

"O tempo passado e o tempo presente fazem parte do tempo futuro".
(T.S.Elliot)

Tenho andado desencantado com o tempo! E não me refiro, obviamente, a estas condições atmosféricas tão  desinteressantes e castradoras. Refiro-me sim, ao discorrer momentaneo desta existência. Creio, diariamente, num futuro melhor que o passado, num projeto de uma sociedade que vá de encontro à verdadeira natureza dos homens. Atualmente, dá ideia de viver-se num tempo fechado, parecendo que o futuro deixou de existir, em que as pessoas cada vez mais individualizadas, não sentem a necessidade do sacrifício por causas que se tornam cada vez mais urgentes. Todos os profetismos parecem ter falhado! Todas as pessoas parecem ter incorporado a ideia de um tempo utópico. Não! O tempo é real. E merece ser vivido. Despido de enigmatismos e com promessas de felicidade.
monge