9.10.07

A Memória das Pedras I

Acordar

Lembro-me de horas alegres.
Na procura constante,
vejo-me de mãos cheias de consciência
com os olhos fechados na dor,
à procura de harmonia.
Sinto na carne, as angústias da alma
como uma vela acesa ao luar.
Cânticos e orações que rezo,
de longe, para não ficar
com um sorriso meigo de criança,
que apregoa o esplendor,
que urge a esperança de viver,
mas que se torna real
com a vontade de chorar.
Então,
no desespero da manhã,
vejo no espelho, a contradição
dos pecados sofridos.
No entanto, vejo-Te.

monge

6 comentários:

monge disse...

Amigo Monge, viva!

Bonito poema!..."como uma vela acesa ao luar"...
Gosto também dessa imagem pétrea. Além do significado, hà uma poesia discreta e sensivel nessa matéria original do mundo. Esculturas que convém preservar, como fazendo parte do noso patrimònio cultural.


Obrigado
abraço forte
eremita

Anónimo disse...

Não sei o que o "gajo" vê logo de manhã... Eu??? Nada!!! Preciso de pelo menos meia a uma hora pr´o motor "pegar". Sabes... é diesel, custa a arrancar pr´a depois nunca mais parar. O maior problema é arranjar peças pr´as avarias. Vai dando... e que continuem os dificeis mas felizes despertares!
Há!!! Já me esquecia... bonita pedra, dura e perDURA.

avelaneiraflorida disse...

Amigo Monge,

Que bela forma de sentir!
Sim, muitas são as nossas contradições...mas nem sempre somos capazes de nos confrontarmos com elas!!!!

UM BOA NOITE!!
Bjks

monge disse...

Olá amigo eremita

Tal como as pedras também nós guardamos marcas incrustadas que, por mais indeléveis que possam parecer, representam momentos verdaeiramente sentidos.
Sentido abraço.

abraço

monge

monge disse...

Olá avelaneiraflorida

Por mais doloroso que seja um acto
de contrição, julgo que daí podemos tirar novas forças para nos voltarmos a olhar no espelho, e assim tentar desembaciar a alma.

bj

monge

monge disse...

Olá bacão

Pois é, estes motores antigos já não carburam como antigamente! Mas só lh custa a pagar, depois não quem tenha mão neles.
Ao que o "gajo" vê pela manhã, se calhar, nem ele sabe. Talvez fique só contente pelo facto de acordar!
Quanto às pedras?! Ó meu amigo, se perduram!!

abraço

monge