12.4.08

um olhar sobre o passado,

Palavra dita, foi palavra aceite. Em Trás-os-Montes, por trás dos montes, o cascalho se faz chão e o caminhar urge a esperança do voltar. O apelo das urzes, a cor do chão de terra leva-nos sempre para onde queremos ir. E assim lá fomos:

MIGUEL TORGA




O regresso

Regresso às fragas de onde me roubaram.
Ah, minha serra, minha dura infância!
Como os rijos carvalhos me acenaram
Mal eu surgi cansado na distância!

Cantava cada fonte à sua porta
O poeta voltou!
Atrás ia ficando a terra morta
Dos versos que o desterro esfarelou.

Depois o céu abriu-se num sorriso,
E eu deitei-me no colo dos penedos
A contar aventuras e segredos
Aos deuses do meu velho paraíso.

Escola primária de S. Martinho d'Anta, sítio das primeiras letras ...


O negrilho ...


A um negrilho


Na terra onde nasci há um só poeta.
Os meus versos são folhas dos seus ramos
Quando chego de longe e conversamos,
É ele que me revela o mundo visitado.
Desce a noite do céu, ergue-se a madrugada,
E a luz do sol aceso ou apagado
É nos seus olhos que se vê pousada.
Esse mestre és tu, mestre da inquietação
serena!
Tu, imortal avena
Que harmonizas o vento e adomeces o imenso
Redil de estrelas ao luar maninho.
Tu, gigante a sonhar, bosque suspenso
Onde os pássaros e o tempo fazem ninho!

A casa ...

O mesmo sítio de sempre, até ao fim ...



Castro de Sabrosa (Idade do Ferro) - Sabrosa, lugar do Castelo

Casa de Fernão de Magalhães (Circum-Navegação) - Sabrosa


Quinta da Faísca (prova de vinhos e almoço)

O almoço ...

Quinta da Avessada (Enoteca)


Favaios (património arquitectónico e indústria artesanal)


Anta da Fonte Coberta (Chã- Alijó)

Auto-retrato em fundo de rolhas de cortiça.

"O Douro é a única evidência incomensurável com que podemos assombrar o mundo"

Miguel Torga

Actividade promovida pelo Departamento de Ciências Sociais, 12 de Abril de 2008

3 comentários:

avelaneiraflorida disse...

Amigo monge,
tenho andado muito "longe" e peço desculpa aos amigos das ausências que tenho tido...
Mas ao chegar encontro o "meu Torga" e estas lindissimas fotografias!!!!
BRIGADOS!!!!

Bjkas!

Blue Eyes disse...

Olá Monge:

"eu sou quem sou. Torga é uma planta transmontana, urze campestre, cor de vinho, com as raízes muito agarradas e duras, metidas entre as rochas. Assim como eu sou duro e tenho raízes em rochas duras, rígidas, Miguel Torga é um nome ibérico, característico da nossa península"... e assim se definiu!

Para quando uma visita à Casa-Museu Miguel Torga em Coimbra?! Cá te espero...

Fica bem amigo.***

LeniB disse...

Que percurso invejável!
A poesia do Torga anda comigo a toda a hora...