2.6.08

Mosteiro de S. João de Tarouca

Quem ainda não fez, aconselho vivamente que faça uma visita ao Mosteiro de S.João de Tarouca.

Julgo que, já em Março, ao chegar ao shopping Dolce Vita Douro, dou de caras com uma delegação da Câmara Municipal de Tarouca promovendo uma petição, à cata de assinaturas para enviar à Assembleia da Republica, onde é pedido para que o dormitório do Mosteiro de São João de Tarouca possa ser transformado num hotel. Sem hesitações, disse logo e redondamente que não.

Este majestoso conjunto monástico, o primeiro da Ordem de Cister a ser construído em Portugal (séc.XII) encontra-se na posse administrativa do IPPAR que, pelo qua tenho visto, pouco mais fez do que ir deixando ruir algumas paredes do dormitório. A igreja ainda se conserva em muito bom estado e representa na integra os ideiais de simplicidade da arquitectura daquela ordem e conserva-se ainda todo o recinto envolvido pela cerca do convento. Apesar da visão de ruinas que o mosteiro hoje nos apresenta, no entanto, poderá realizar-se o enquadramento da sua construção inicial.

Embora venham dizer "os especialistas" que, a sua recuperação representa uma mais-valia para a região e que deva ser "fruido pelas pessoas", não vejo por que motivo o IPPAR não prossiga as escavações e planeie o seu restauro. Se mesmo assim, muitas pessoas o visitam, julgo que restaurado seria muito mais concorrido.

Tendo escolhido a Ordem de Cister como motivo de estudo para a dissertação, tal opção permitiu-me uma visita a quase todos os mosteiros cistercienses a Norte do Douro. Isto para dizer que, outros especialistas argumentam com o exemplo da recuperação e transformação do Mosteiro de Bouro (Amares) em pousada. Pois é. Esse mosteiro foi transformada numa rica pousada, onde muito poucos portugueses lá porão os pés para o "fruir". Com o objectivo de o visitar (e só para visitar, porque os preços da pousada não estão ao meu alcance) por muito favor lá me concederam uma passeata pelos claustros.

Ainda assim, prefiro perder-me vagabundeando livremente pelos ruinas de Tarouca, onde rodeado por algum silêncio ainda sou capaz de retroceder no tempo e imbuir-me de algum espírito que tão bem me sabe e ao qual converti o meu nome.

Obs: Lamento não poder editar aqui as fotos do dormitório, mas à última da hora a memória pregou-me esta partida e perdi-lhe o tino. Fica a promessa de um futuro post.

1 comentário:

LeniB disse...

Conheço alguns mosteiros espalhados pelo país, mas este não.
Gosto de "estudar" as ordens monásticas, as suas marcas e influências...
vai dando notícias sobre esta ordem, para me deliciar!!
bjs