24.2.08

Ó Homem ...


Ó barro bíblico
animado por vida que destróis
no outro e em ti

Ó sopro divino – bondade –
que matas
guerreias
renegas
odeias
prostituis
prostituis-te
matas e matas-te
a ti símio
meu ancestral

Ó selvagem
de cujo encéfalo jorra a ciência
a filosofia
a arte
a poesia
e o sonho
e cujas garras afeiçoam
vénus – giocondas
pirâmides – templos
de Jerusalém

Ó fera cruel sem coração
que te curvas a deuses
que afagas crianças
que estremeces – sorris –
ao desabrochar da flor

Ó homem
o que és tu?
quem és tu?

Miguel Leitão

3 comentários:

Blue Eyes disse...

Encontrei acerca deste assunto um artigo que é capaz de ser interessante:
http://pt.shvoong.com/social-sciences/anthropology/sociocultural-anthropology/1653431-que-%C3%A9-homem/

O link é extenso...

O Homem a que se refere o poema é homem enquanto Humanidade certo?
Somos capazes das coisas mais atrozes...mas também das mais belas.Estes pólos gravitam à nossa volta...tornando a vida "um lugar estranho".

Boa semana amigo Monge,espero que encontres a acalmia para a tua inquietude.

Blue Eyes

Blue Eyes disse...

http://pt.shvoong.com/social-sciences/
anthropology/
sociocultural-anthropology/
1653431-que-%C3%A9-homem/

Agora sim...

monge disse...

Olá blue eyes

Obrigado pela indicação deste interessante artigo. Concorde-se ou não com o teor das suas conclusões, julgo que a sua leitura se tornará sobremaneira enriquecedora. Obrigado pela partilha, amiga.

monge