22.1.12


"Adoro o luxo. E o luxo não reside na riqueza e na ornamentação, mas na falta de vulgaridade"
Coco Chanel

Não é meu hábito julgar os outros, mas por mais voltas que desse, não consegui encontrar palavras para compreender o significado desta expressão.
Como pessoal vulgar que sou, e pelo que percebo, a falta de vulgaridade a que esta senhora se refere, assim como os artigos à sua marca associados, são no meu entender, "coisas" perfeitamente dispensáveis e curiosamente, para pessoas de elevada riqueza, que mais não servem a não ser satisfazer a ostentação.
Se uma mala de senhora da Hermès custa 100.000 euros ou se uma cama para cães de Carolina Herrera custa 660 euros, eu estou-me perfeitamente borrifando para quem pode esbanjar tanto dinheiro. Gasta-lo-ão obviamente porque podem. Mas não deixará de ser luxo. 
Curiosamente é em tempos de crise que os artigos de luxo costuma  disparar, e as grandes marcas de moda, todas elas com assento na rica baixa lisboeta dizem não sentir a crise, dizem até com certo orgulho que 60% da clientela é portuguesa. Ah!,e agora também as "damas" de Angola que se deslocam lá prepositadamente  para comprar sapatos a 950 euros ... o par.
Crises? What crises?
monge

luxo, s.m. ostentação da riqueza, magnificência, gala, fausto, sumptuosidade, pompa.
vulgar, adj. que diz respeito ao vulgo, comum, trivial, ordinário, frequente.


19.1.12


Naquele ir,
obrigação encarcerada,
estar a fugir
importava em nada.

Afastava-me sem proveito,
sem reparar nas emboscadas,
com as palavras no peito
e de costas voltadas.

Vencido pelo esquecimento
 e com um cigarro aceso,
abafava esse momento,
num sorriso adormecido e preso.

Todavia, tomba-se a esperança
sacudida e enamorada,
feita linguagem de criança,
afasta-se e acena já cansada.

monge

17.1.12

tempo

somos condicionados por um presente que é o futuro de um passado nosso

monge

15.1.12

poesia concreta


"Fazer da palavra um embalo
é o mais puro e apurado
senso da poesia."
SONO COLOQUIAL, Mia Couto, idades, cidades,divindades

Ao fim e ao cabo, a poesia para mim acabam por ser as palavras dos outros.  Encaro-a como um produto de linguagem onde se materializa a "sintese estética de todas as impressões" sentidas em mim. No entanto, a poesia tem uma virtude, a qual de uma forma reflexiva, nos permite perceber as questões da verdade e da falsidade, nas das palavras mas dos actos e das vontades dos homens. 
"Pretendo que a poesia tenha a virtude de, no meio do sofrimento e desamparo, acender uma luz qualquer, uma luz que nos é dada, não desce dos céus, mas que nasce das mãos e do espírito dos homens"
Ferreira Gullar
Posto isto, se não nos preocuparmos com o que nos rodeia, jamais poderemos fazer uma análise que faça coincidir os nossos sentimentos com a realidade.
"Por caminhos só rectos não sei ir.
Nos ínvios por que vou, não sei ficar.
Suspenso do passado e do provir,
Venho e vou!, venho e vou!, não sei parar.
Abri asas nas mãos para fugir,
E raízes nos pés para amarrar.
(Levava chão nos pés indo a subir,
Trazia céu nas mãos vindo a baixar...)
Eis, porém, que estes dons ultra-humanizam,
E os homens, meus irmãos, se escandalizam
E me espontam as asas e as raizes.
Assim se castram eles próprios, pobres!,
E tendo-se, mais vis, por mais felizes,
Se satisfazem com seus magros cobres..."
LIBELO, José Régio, Cântico Negro
 
monge

14.1.12

Atualidade

Bem haja quem que, com estas maravilhosas formas de arte, consegue obter um efeito cómico e ao mesmo tempo  suficientemenete capaz de despertar consciências. Qual bardo!

monge