14.1.11

  • Inconstante ... toujours!

Embora este chão de Terra seja o mesmo, é preciso a sua renovação constante, estrumá-lo com todos os momentos que se nos oferecem e revirá-lo para que outras memórias possam respirar.
Então, mergulhemos o braço audaz com vigor no saco da vontade e que venha a mão cheia de novas sementes prenunciadoras de boas colheitas.
De cada vez que novo ano se aproxima, muitas vezes tenho pensado que é chegada a altura de dar novo rumo às coisas. Mas, foram já tantas as datas e tantas as coisas prometidas ao longo do tempo que, julgo ter-me esquecido de tudo o prometido. Não é por falta de vontade nem por falta de coragem , simplesmente os dias vão passando e o significado que outrora se afigurava como definitivo, paulatinamente vai-se diluindo e enrolando em outros motivos.
Tenho pensado seriamente, em fundar a "seita do dia anunciado", para assim encarar as coisas como definitivas. Qual quê! Puro engano. Nada é definitivo. Tudo é demasiado inconstante. (apetecia-me dizer "ainda bem" mas não digo).
Seja como for, o início de cada ano pode servir como um marco ou sinal de viragem. Pois! Mas o tempo passa e também nós passamos a vida atrás do tempo. Olhar para o passado é a pior forma de envelhecermos.Antes rejuvenescer no futuro, talvez o local onde possamos encontrar alguma felicidade.
Precisamos de olhar para as coisas e vê-las dentro de nós. Sim, porque tudo temos dentro de nós. A verdade só existe se acreditarmos nela; a poesia só tem significado se as palavras nos tocarem a alma; a vida só é real se a conseguirmos viver. Nem que seja estranhamente.
monge

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